Manifestação: Cem mil reclamam demissão do Governo em Lisboa
Cerca de cem mil pessoas estiveram ontem no Terreiro do Paço, em Lisboa, na manifestação da CGTP contra as medidas de austeridade previstas para o Orçamento do Estado. Frente à multidão que reclamava a demissão do Governo, o secretário-geral da estrutura sindical, Arménio Carlos, avançou que na quarta-feira haverá um Conselho Nacional Extraordinário para discutir uma greve geral. "Quase certo", respondeu o sindicalista quando interrogado sobre a possibilidade de a paralisação ocorrer até final do ano.
No "terreiro do povo", Arménio Carlos disse que "o povo está a perder o medo", acrescentando que, se o primeiro-ministro, Passos Coelho, "não ouvir a bem ouve a mal o povo, com a exigência da sua demissão e alteração política".
Arménio Carlos sublinhou que a "Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) não aceitará medidas de redução dos salários e pensões em um cêntimo que seja". "Passos Coelho que se vá embora o mais depressa possível", exigiu Arménio Carlos, depois de afirmar que foi realizada "a maior jornada de luta dos últimos anos".
A manifestação concentrou nas avenidas 24 de Julho e Infante D. Henrique várias dezenas de autocarros provenientes de todo o País. Milhares de manifestantes recorreram ao Metro (que às 16h10 parou por 20 minutos) e também aos barcos da Margem Sul e comboios de Sintra, Cascais e Azambuja.
Num dia de sol, pelas 15h45, a praça contava já com alguns milhares de pessoas quando foi ouvido o hino nacional. Às 16h00, antes do discurso de Arménio Carlos, os manifestantes escutaram a canção de Abril ‘Grândola Vila Morena'.
FORÇAS DE SEGURANÇA EM PROTESTO
Largas dezenas de agentes de segurança, da PSP, GNR e Polícia Marítima, juntaram-se ontem à manifestação no Terreiro do Paço. No protesto, estiveram também representados, através da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, elementos da Guarda Prisional, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
A participação das forças de segurança e dos militares foi aplaudida pelos outros manifestantes. Os militares garantem que estão prontos para cumprir o juramento e fazer cumprir a Constituição da República.
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