terça-feira, setembro 20, 2011

Promessas não travam polícias

CM


Segurança: ASAE junta-se a PSP, GNR, Polícia Marítima e Guardas Prisionais
O Ministério da Administração Interna (MAI) já garantiu um reforço de verbas para as forças de segurança em 2012 – cerca de 1,8 mil milhões de euros, mais 400 milhões do que este ano. Mas nem isso demove as polícias de saírem à rua a partir de amanhã, o primeiro dia da ‘Semana da Indignação’, que irá terminar no dia 28 com uma marcha de protesto em Lisboa.
Isto porque "esse reforço de orçamento não garante nada. É uma promessa sem data marcada e o MAI tem de perceber que os polícias não podem ser duplamente prejudicados", garante Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP). "Tal como os outros trabalhadores do Estado, sofremos um corte de 3,5% no vencimento logo no início do ano. E, como o estatuto profissional da PSP ainda não entrou em vigor, há 2700 polícias que só recebem 93% do vencimento que deveriam auferir. A isto acrescente-se ainda a dívida dos fardamentos", acusa.
"Os polícias não querem ser beneficiados, mas é inadmissível serem tão prejudicados. Isso cria um sentimento de injustiça", reclama Paulo Rodrigues. O sentimento é agravado pelas diferenças salariais desde o início de carreira, quando comparados com outros sectores da Função Pública (ver infografia), situação que piora ao longo da carreira de um agente da PSP ou de um guarda da GNR, principalmente se o novo estatuto remuneratório continuar a não ser aplicado.
A ‘Semana da Indignação’ começa amanhã com a participação de elementos da PSP, GNR, Polícia Marítima, SEF, Guarda Prisional e ASAE.
O protesto passa por faltas ao trabalho – através de baixas médicas, folgas e férias –, menos acções de fiscalização e ‘greve’ às multas.
OFICIAIS DA PSP FICAM DE FORA
O Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia anunciou ontem que "não participará directamente nos protestos" por entender que "os sinais transmitidos pelo Governo parecem indiciar uma verdadeira vontade de resolver os graves problemas que assolam a PSP e os seus profissionais". Ainda assim, esta estrutura sindical agendou uma assembleia geral extraordinária para sábado.

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