sábado, setembro 17, 2011

Polícias querem resolução de problemas com salários‎


Jornal de Notícias




Os polícias querem que o ministro da Administração Interna garanta a resolução dos problemas remuneratórios da PSP agora e destacam que o possível aumento de orçamento do MAI para o próximo ano, só por si, não é garantia.
O semanário Expresso escreve, este sábado, que o "receio de uma situação explosiva e reivindicações salariais levam Governo a isentar o MAI [Ministério da Administração Interna] dos cortes [orçamentais] previstos para todos os ministérios".
O Expresso refere que o MAI deverá, aliás, ter uma verba superior à deste ano, o que explica pelo receio de contestações devido à delicada situação social e com a urgência em pacificar a polícia, resolvendo os problemas remuneratórios da PSP.
"A confirmar-se, claro que ficamos de alguma forma agradados com essa alteração àquilo que tem sido dito pelo ministro, que é a dificuldade financeira e a impossibilidade de resolver a situação", afirmou Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) e da comissão coordenadora dos sindicatos das forças de segurança, congratulando-se com a possível "vontade de resolver o assunto".
No entanto, o sindicalista salientou que o facto de haver mais verba para o MAI não garante, por si só, a resolução deste problema, porque "o OE provavelmente não vai ter lá especificado que é mesmo para resolver os problemas dos polícias", e salientou que para os polícias continua a ser urgente a resolução rápida da questão.
"Nós gostaríamos que houvesse a resolução do problema agora e se o ministro desse essa garantia de que iria resolver o problema agora, antecipado o OE, é evidente que a situação seria diferente", salientou, sugerindo "a antecipação da aplicação do OE ou até fazer um orçamento rectificativo".
Paulo Rodrigues salientou que é difícil "motivar polícias para fazerem de forma adequada o seu trabalho quando os mais novos ultrapassaram os mais velhos em termos remuneratórios e quando há polícias que estão identificados com uma categoria que já não existe e que não estão no novo estatuto".
Esta indefinição, segundo o sindicalista, "é dramática numa estrutura como a PSP, que tem uma estrutura hierárquica muito rígida, bem definida, em que cada um sabe exactamente o que deve fazer, o que não acontece" neste momento.
"Numa situação de contestação social, ter os polícias ao mesmo nível ou na linha da frente da contestação em nada ajuda a repor a ordem pública", comentou Paulo Rodrigues, adiantando confiar que "o governo saiba que a não resolução deste problema é de alguma forma complicado".
Os sindicatos e as associações da PSP, GNR, ASAE, Polícia Marítima e Guardas Prisionais marcaram para uma semana de protestos com início na próxima quarta-feira, prevendo-se menos polícias a patrulhar, menos ações de fiscalização e menos multas.

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