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Sindicatos alertam para estado de «indignação geral» vivido nas forças de segurança
O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) alertou
para a possibilidade de Setembro e Outubro serem
meses complicados em matéria de Segurança
Interna devido ao estado de «indignação geral» vivido na Policia de
Segurança Pública.
«Sem
pretender dramatizar porque não é positivo
criar alarmismos, o que nos parece é que os meses de Setembro e Outubro
vão ser
muito complicados no âmbito da Segurança
Interna e no caso concreto da PSP», disse o Comissário Carlos Ferreira
referindo-se
por exemplo ao facto da maior associação
sindical da PSP (ASPP) ter já convocado uma semana de indignação.
Outras
estruturas sindicais, frisou, estão na
expectativa para ver que sinais positivos o Governo dará para a
resolução dos problemas
desta força policial, para que a
«conflitualidade que se prevê não se prolongue e não atinja níveis
difíceis de controlar».
A Comissão Coordenadora Permanente
(CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e
Serviços de
Segurança realiza entre 21 e 28 de Setembro a
«Semana da indignação dos Polícias», que terá início com um encontro
nacional
no Porto para avaliar a evolução da situação.
Caso
o Governo não «cumpra com a lei» e com os estatutos remuneratórios
que já deveriam ter entrado em vigor na PSP e
na GNR no ano passado, a CCP vai promover ao longo dessa semana várias
acções
de protesto, que poderão passar por
paralisações e uma manifestação em Lisboa.
A CCP é constituída
pela Associação
Sindical dos Profissionais de Polícia
(ASPP/PSP), Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação
Sócio-profissional
da Polícia Marítima (ASPPM), Sindicato
Nacional dos Guardas Prisionais (SNGP), Sindicato da Carreira de
Investigação e Fiscalização
do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras
(SCIF-SEF) e Associação Sindical dos Funcionais da ASAE.
A imagem
que os
oficiais transmitem sempre, adiantou Carlos
Ferreira, é de responsabilidade e de ponderação, mas sem deixar de
alertar e transmitir
para o seio da PSP e para o Governo, «que os
problemas dos agentes e chefes são também problemas dos oficiais, que
têm a obrigação
de lutar pelas condições de trabalho de todos
os polícias».
O dirigente assegura que o agravar das condições
de vida
dos polícias portugueses, que em início de
carreira ganham pouco mais de 800 euros e têm a família distante, «pode
criar o
perigo do próprio efectivo policial sofrer um
aumento da conflitualidade interna que os impeça de trabalhar de forma
concentrada
e com a serenidade necessária para actuarem
correctamente nos momentos difíceis, com determinação e sem excesso,
porque a
instabilidade emocional é também um risco
para o cidadão».
Carlos Ferreira acrescenta ainda que num momento
em que
é muito previsível um aumento significativo
da criminalidade, resultante do agravamento das condições de vida, os
polícias
terão que estar preparados e mentalizados
para o combate ao crime e protecção das pessoas e dos seus bens.
Indignação em todas as classes e postos das Forças de Segurança Correio da ManhãAvaliada situação de agentes em funções não policiais
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