domingo, agosto 21, 2011

Direcção nacional da PSP abdica da “bolsa de horas” na nova proposta de horários

Público

A PSP abdicou da “bolsa de horas” que gerou contestação em alguns comandos, segundo a nova proposta de alteração aos horários de trabalho na Polícia que hoje começou a ser discutida com os sindicatos.
O estatuto profissional, que entrou vigor em Janeiro do ano passado, estabelece que os polícias passem a trabalhar 36 horas por semana, ou seja, mais uma hora por dia.

Esta nova fórmula altera “a rotatividade dos horários”, principalmente nas esquadras, onde os polícias trabalham por turnos, explicou à agência Lusa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo Rodrigues, primeira estrutura sindical a ser recebida na direcção nacional da PSP.

Os principais sindicatos da Polícia alegam que os novos horários estão a obrigar os polícias a trabalhar mais horas por semana e, em alguns comandos, como no de Setúbal, em dias de folga. A PSP tentou criar a “bolsa de horas”, mas devido “à resistência” dos agentes, principalmente nos comandos de Braga e Faro, tal não aconteceu.

A contestação dos polícias nestes comandos passou pela apresentação de baixas ou atestados médicos.

O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) chegou a apresentar uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.

A proposta da direcção nacional da PSP que hoje começou a ser discutida com os sindicatos pretende “rever alguns procedimentos”, um ano após a aprovação dos novos horários.

Segundo a proposta, a PSP pretende com as alterações uma “harmonização e racionalização compassadas dos regimes de trabalho a nível nacional”, conciliar e adequar as “necessidades operacionais da PSP ao bem-estar profissional, familiar, social e motivacional de todos os polícias”, além de adequar o regime de trabalho da Polícia à legislação em vigor.

A direcção nacional refere que “o número de horas de prestação de serviço efetivo é contabilizado e monitorizado a 26 semanas” (seis meses), correspondendo o horário de referência a 936 horas.

O presidente da ASPP defende um modelo de horário que responda às necessidades dos polícias e da própria PSP, além de estar de acordo com a lei.

A direcção nacional está a ouvir os sindicatos da PSP, podendo a proposta inicial sofrer alterações, após as negociações com as estruturas sindicais. 

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