Público
A PSP abdicou da “bolsa de horas” que gerou contestação em alguns
comandos, segundo a nova proposta de alteração aos horários de trabalho
na Polícia que hoje começou a ser discutida com os sindicatos.
O estatuto profissional, que entrou vigor em Janeiro do ano passado,
estabelece que os polícias passem a trabalhar 36 horas por semana, ou
seja, mais uma hora por dia.
Esta nova fórmula altera “a
rotatividade dos horários”, principalmente nas esquadras, onde os
polícias trabalham por turnos, explicou à agência Lusa o presidente da
Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), Paulo
Rodrigues, primeira estrutura sindical a ser recebida na direcção
nacional da PSP.
Os principais sindicatos da Polícia alegam que
os novos horários estão a obrigar os polícias a trabalhar mais horas por
semana e, em alguns comandos, como no de Setúbal, em dias de folga. A
PSP tentou criar a “bolsa de horas”, mas devido “à resistência” dos
agentes, principalmente nos comandos de Braga e Faro, tal não aconteceu.
A contestação dos polícias nestes comandos passou pela apresentação de baixas ou atestados médicos.
O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) chegou a apresentar uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
A
proposta da direcção nacional da PSP que hoje começou a ser discutida
com os sindicatos pretende “rever alguns procedimentos”, um ano após a
aprovação dos novos horários.
Segundo a proposta, a PSP pretende
com as alterações uma “harmonização e racionalização compassadas dos
regimes de trabalho a nível nacional”, conciliar e adequar as
“necessidades operacionais da PSP ao bem-estar profissional, familiar,
social e motivacional de todos os polícias”, além de adequar o regime de
trabalho da Polícia à legislação em vigor.
A direcção nacional
refere que “o número de horas de prestação de serviço efetivo é
contabilizado e monitorizado a 26 semanas” (seis meses), correspondendo o
horário de referência a 936 horas.
O presidente da ASPP defende
um modelo de horário que responda às necessidades dos polícias e da
própria PSP, além de estar de acordo com a lei.
A direcção
nacional está a ouvir os sindicatos da PSP, podendo a proposta inicial
sofrer alterações, após as negociações com as estruturas sindicais.
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