Apesar de o Governo ter apontado 2015 como o ano em que começa a devolver os cortes salariais na função pública e os subsídios de férias e de Natal, António Bagão Félix não acredita que tal venha a acontecer.
"Infelizmente a minha intuição é que não vai haver mais reposição", lamentou o antigo ministro das Finanças no Governo de Pedro Santana Lopes, em entrevista à Lusa.
Para justificar essa intuição, Bagão Félix lembra a forma como o Governo se referiu à questão. "O Governo foi cauteloso e fala como hipótese técnica repor 25% do subsídio a partir de 2015 até 2018, fala como hipótese técnica, quase académica, e isso dá para tudo".
Bagão Félix discorda da introdução de um limite constitucional ao défice ou à dívida e diz que apenas faz sentido um limite à pressão fiscal.
"O verdadeiro limite constitucional que deveria haver era o limite da pressão fiscal, porque a pressão fiscal é que determina a relação económica entre o Estado e a sociedade. Se esse fosse o limite era do lado da despesa que havia sempre o ajustamento" e não do lado dos impostos, defende o ministro das Finanças do Governo liderado por Pedro Santana Lopes.
O antigo ministro diz que Portugal não tinha alternativa e que fez bem em apoiar o novo tratado orçamental da União Europeia e não perspetiva grandes mudanças na Europa se das eleições de domingo, em França, sair vencedor o candidato socialista, François Hollande.
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