O líder da estrutura que congrega os sindicatos da polícia disse hoje que a luta continuará até que o Governo altere as condições contestadas e adiantou que uma das iniciativas pode ser uma greve às multas.
"Nós vamos continuar a lutar para que este estado de coisas seja alterado", afirmou à Lusa o secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CPP) dos Sindicados e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues.
"Penso que a Comissão Coordenadora tem de reunir para falar daquilo que aconteceu ontem (manifestação frente ao Parlamento na quinta-feira) e todas as ações de protesto e iniciativas estão em cima da mesa", garantiu.
Admitindo que ainda não recebeu qualquer 'feedback' do Governo face à manifestação de quinta-feira, Paulo Rodrigues reconheceu que uma das medidas que poderá ser adotada é uma greve às multas.
"Essa possibilidade surgiu ontem (na quinta-feira), mas não partiu nem da CCP nem de nenhuma organização sindical que esteve presente na iniciativa", disse.
Segundo adiantou, a ideia surgiu quando "um papel começou a passar entre os participantes na manifestação" e, embora não tenha sido proposta ou defendida por nenhuma organização sindical, "é daquelas medidas que os profissionais podem adotar" e que só depende da vontade de cada um.
"Sei perfeitamente que há uma grande desmotivação, há uma grande revolta e que todas as iniciativas que possam refletir o protesto e essa desmotivação podem vir a acontecer", disse o sindicalista.
Milhares de polícias manifestaram-se na quinta-feira em Lisboa e conseguiram chegar à entrada principal da Assembleia da República, onde cantaram o hino nacional e desmobilizaram voluntariamente.
Em declarações à Lusa na quinta-feira, Paulo Rodrigues explicou que a invasão da escadaria da Assembleia da República foi uma "ação simbólica" e "um estado de revolva" contra a governação do país.
"O que aconteceu aqui foi um estado de revolta", disse, adiantando que não se registaram agressões nem feridos, e que a iniciativa partiu de uma "atitude espontânea".
Apesar das declarações do sindicalista, a agência Lusa testemunhou no local a existência de um manifestante ferido durante os acontecimentos junto à Assembleia da República.
Lusa
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