IGAI deverá analisar informações recolhidas no terreno sobre grupo de militares da GNR e de guardas prisionais
Os agentes da PSP que estiveram de serviço na manifestação das forças de segurança da passada quinta-feira detectaram dois grupos organizados de manifestantes com comportamentos agressivos e que desde o início da tarde - ainda no Largo do Camões - foram incentivando os restantes à invasão da Assembleia da República. Um dos grupos, com cerca de 30 elementos, seria composto por militares da GNR e o segundo, por mais de 15 guardas prisionais. Em ambas as facções haveria ainda manifestantes "sob o efeito de álcool".
Os dados recolhidos no local pelas autoridades deverão ser agora analisados no processo aberto pela Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI). Isto porque, Margarida Blasco, inspectora-geral da IGAI, revelou que o processo em curso pretende averiguar todos os acontecimentos que se passaram durante o protesto, tanto no que respeita ao comportamento dos manifestantes - das forças e serviços de segurança -, como à actuação da PSP. Para isso, além das informações fornecidas pelas autoridades, a IGAI estará também a visualizar as imagens emitidas nas televisões. "Estamos a analisar ponto a ponto e a ver se houve alguma infracção", contou na segunda-feira, defendendo que foi "uma situação obviamente grave".
Oficialmente a PSP não prestou qualquer esclarecimento, mas fontes desta força de segurança garantem ao i a existência de informações detalhadas sobre estes dois grupos e sobre o seu comportamento ao longo de todo o trajecto da manifestação. No que respeita ao grupo composto por elementos da GNR, alguns estavam vestidos com uma t-shirt preta e um capuz oficial daquela força militar e outros, entre 15 e 20, vestiam t-shirts com a fotografia de Hugo Hernano - o militar condenado a nove anos de prisão por ter matado um jovem numa perseguição policial há cinco anos.
"Não é possível concretizar quem terá começado a subir as escadas contornando o cordão, mas a verdade é que estes elementos tiveram um papel activo, ao incentivar à invasão num clima que era de muita tensão. Alguns deles já chegaram embriagados ao Largo do Camões [no início da manifestação, às 17h30m] e isso pode também explicar os comportamentos mais violentos", esclarece um dos agentes de serviço naquele dia. Contactada ontem pelo i, a GNR disse "não ter comentários a fazer sobre o assunto".
Sobre o grupo de guardas prisionais, o i apurou que também estavam vestidos de preto e, apesar de serem em menor número, tinham um comportamento mais "exuberante". "Não tinham nada a ver com o grupo de militares da GNR, tratava-se de um grupo autónomo, mas igualmente organizado, usando t-shirts com a inscrição "guardas prisionais", descreve a mesma fonte. O i questionou ontem os serviços prisionais sobre estas informações, mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.
Os elementos da PSP que estiveram de serviço no local e que aceitaram revelar ao ias movimentações "mais agressivas" da manifestação da última quinta-feira, explicaram porém que estes dois grupos foram casos isolados, não representando a totalidade dos militares da GNR nem a dos guardas prisionais ali presentes. Explicam ainda que houve outros excessos por parte de alguns elementos das várias forças ali presentes, mas ressalvaram que nesses casos se tratava de "reacções individuais" e não "acções concertadas".
O protesto da última semana contou com a presença de elementos da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, ASAE, Polícia Marítima, Polícia Judiciária e polícias municipais e foi já considerado a maior manifestação de sempre das forças e serviços de segurança.
A invasão da escadaria da Assembleia da República levou já à substituição de Paulo Valente Gomes - até esta semana Director Nacional da PSP - por Peça Farinha. Ao contrário do que aconteceu em protestos anteriores, o primeiro cordão da PSP não recorreu à força quando os manifestantes forçaram a invasão. A PSP fala em estratégia inteligente, alegando que havia manifestantes armados, mas o ministro Miguel Macedo já avisou que o episódio não se pode repetir.
Os dados recolhidos no local pelas autoridades deverão ser agora analisados no processo aberto pela Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI). Isto porque, Margarida Blasco, inspectora-geral da IGAI, revelou que o processo em curso pretende averiguar todos os acontecimentos que se passaram durante o protesto, tanto no que respeita ao comportamento dos manifestantes - das forças e serviços de segurança -, como à actuação da PSP. Para isso, além das informações fornecidas pelas autoridades, a IGAI estará também a visualizar as imagens emitidas nas televisões. "Estamos a analisar ponto a ponto e a ver se houve alguma infracção", contou na segunda-feira, defendendo que foi "uma situação obviamente grave".
Oficialmente a PSP não prestou qualquer esclarecimento, mas fontes desta força de segurança garantem ao i a existência de informações detalhadas sobre estes dois grupos e sobre o seu comportamento ao longo de todo o trajecto da manifestação. No que respeita ao grupo composto por elementos da GNR, alguns estavam vestidos com uma t-shirt preta e um capuz oficial daquela força militar e outros, entre 15 e 20, vestiam t-shirts com a fotografia de Hugo Hernano - o militar condenado a nove anos de prisão por ter matado um jovem numa perseguição policial há cinco anos.
"Não é possível concretizar quem terá começado a subir as escadas contornando o cordão, mas a verdade é que estes elementos tiveram um papel activo, ao incentivar à invasão num clima que era de muita tensão. Alguns deles já chegaram embriagados ao Largo do Camões [no início da manifestação, às 17h30m] e isso pode também explicar os comportamentos mais violentos", esclarece um dos agentes de serviço naquele dia. Contactada ontem pelo i, a GNR disse "não ter comentários a fazer sobre o assunto".
Sobre o grupo de guardas prisionais, o i apurou que também estavam vestidos de preto e, apesar de serem em menor número, tinham um comportamento mais "exuberante". "Não tinham nada a ver com o grupo de militares da GNR, tratava-se de um grupo autónomo, mas igualmente organizado, usando t-shirts com a inscrição "guardas prisionais", descreve a mesma fonte. O i questionou ontem os serviços prisionais sobre estas informações, mas não recebeu qualquer resposta até ao fecho desta edição.
Os elementos da PSP que estiveram de serviço no local e que aceitaram revelar ao ias movimentações "mais agressivas" da manifestação da última quinta-feira, explicaram porém que estes dois grupos foram casos isolados, não representando a totalidade dos militares da GNR nem a dos guardas prisionais ali presentes. Explicam ainda que houve outros excessos por parte de alguns elementos das várias forças ali presentes, mas ressalvaram que nesses casos se tratava de "reacções individuais" e não "acções concertadas".
O protesto da última semana contou com a presença de elementos da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, ASAE, Polícia Marítima, Polícia Judiciária e polícias municipais e foi já considerado a maior manifestação de sempre das forças e serviços de segurança.
A invasão da escadaria da Assembleia da República levou já à substituição de Paulo Valente Gomes - até esta semana Director Nacional da PSP - por Peça Farinha. Ao contrário do que aconteceu em protestos anteriores, o primeiro cordão da PSP não recorreu à força quando os manifestantes forçaram a invasão. A PSP fala em estratégia inteligente, alegando que havia manifestantes armados, mas o ministro Miguel Macedo já avisou que o episódio não se pode repetir.
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