sábado, novembro 13, 2010

A violência não se reforma

CM

Entre 2000 e 2009 os crimes contra idosos cresceram 120%. Realidade dura expressa nas palavras de quem tem medo.
Alberto, 80 anos, foi apedrejado por um grupo de rapazes. Tanto insistiram na agressão que o idoso acabou por cegar de um olho. O casal Francisco e Judite, ambos na casa dos 70, fugiram do apartamento onde moravam, num bairro em Lisboa, para um casebre na Margem Sul, para escaparem ao vizinho toxicodependente que constantemente os roubava no dia de levantarem a reforma. Regressaram a casa quando souberam da morte daquele que os impediu de ter uma velhice tranquila durante vários anos.
Fátima, 75 anos, era obrigada a dormir no chão da sala e volta e meia era encontrada de volta dos caixotes do lixo junto aos supermercados à procura de alimento. Joaquina, 80 anos, acamada e doente, foi violada pelo irmão vezes sem conta dentro das quatro paredes da casa de onde não saía por falta de mobilidade, até os vizinhos denunciarem a situação e deixarem a descoberto um crime horrendo.
Os nomes daqueles que até aqui foram citados são fictícios mas foram contados à Domingo por pessoas que diariamente lidam com estes casos: instituições, associações de moradores, linhas de socorro, gente próxima dos que sofrem. Porque as histórias de agressão a pessoas com mais de 65 anos são reais e mostram uma realidade tão crua que não precisa de nomes verdadeiros. Exige mudança.
NÚMEROS NEGROS...
ESFAQUEADA NA RUA...
A FOTOGRAFIA DO MARIDO...
FAMÍLIA É LUGAR PERIGOSO...
AQUI HÁ GATUNOS...
NOTAS
IDOSOS
Em Portugal, continente e ilhas, o total da população idosa (com mais de 65) é 1 901 153.
UM TERÇO
Daqui a 40 anos a população idosa vai representar 1/3 do total da população portuguesa.
FILHOS
Representam a maioria dos agressores (37,2%), maioritariamente são os homens.
DEZENA
A linha telefónica do Provedor do Idoso recebe entre 10 a 12 chamadas por dia.





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