terça-feira, novembro 02, 2010

Segurança suspensa

CM

A propósito da proposta do Orçamento do Estado para 2011 e, referindo-se aos cortes previstos de 8,7% para o MAI, veio o ministro afirmar, no decorrer da cerimónia de inauguração de instalações policiais em Silves, logo a seguir ao repasto de marisco oferecido aos convidados e sandes de fiambre para os Guardas, que, "o direito à segurança não é suspenso" e o caminho passará por se optimizarem recursos e se estabelecerem prioridades.
Esta justificação é difícil de aceitar, considerando-se que os cortes previstos incidem fundamentalmente na motivação, na saúde e nas pensões de reserva. Quando o Governo assumiu o compromisso de reestruturar a segurança interna e em condições únicas para fazer alterações nas policias, com vista à racionalização de recursos humanos, nada fez.
Incompreensivelmente, "optimizar recursos" é manter um sistema de segurança interna caduco, com cinco forças e três tutelas – poupando-se sim, mas à custa da desvalorização profissional, da progressão na carreira, na qualidade da assistência na doença e na redução de pessoal através dos congelamentos. Fica aqui a dúvida de como vai o ministro cumprir, com menos 8,7% de orçamento em 2011, aquilo que prometeu e não conseguiu no corrente ano.

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