Já agora, deixo umas brevíssimas notas à margem, porque relativamente laterais, sobre a cimeira da NATO.
1.ª – A cobertura mediática sobre a realização da cimeira da NATO em Lisboa foi um exemplo de escola de “lixo tóxico” em matéria informativa. Vimos 500 reportagens sobre a aterragem do Air Force One na Portela. Vimos milhares de reportagens sobre os blindados da PSP que vinham mas não vieram e que eram para a Cimeira, mas afinal não eram. Vimos outros milhares de reportagens sobre o perigo de atentados terroristas, sobre os milhares de arruaceiros de aquém e de além-mar que assentariam arraiais em Lisboa para fazer distúrbios e partir montras, sobre a preparação de corpos especiais, grupos de intervenção, serviços secretos e toda uma panóplia policial preparada a enfrentar um Bin Laden em cada esquina. Vimos 50 reportagens sobre a ementa do almoço de Cavaco Silva com Obama. Vimos e ouvimos centenas de especialistas e comentadores a repetir até à náusea que a Cimeira foi um momento histórico, porque sim, porque sim e porque o que é bom para os Estados Unidos é bom para todos e o que é bom para todos é bom para Portugal.
O que é evidente, ou seja, que a NATO é uma organização de carácter agressivo, destinada a conferir suporte político à hegemonia militar dos Estados Unidos e às suas ambições de dominar...
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