Após 62 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 36 de democracia, que garantiram a universalidade do direito ao horário de trabalho, a GNR é a triste excepção.
Heranças militaristas do Estado Novo, que entendia o pessoal da GNR como números, e de um Regulamento Interno, que resiste ao tempo que passa, têm-se traduzido na imposição de horários desumanos, que afectam o bem-estar físico e psíquico dos profissionais, destruindo as relações da sua vida familiar e comprometendo o serviço prestado aos cidadãos.
Esta é uma verdade incómoda para quem, sistematicamente, tem compactuado com este sistema despótico, que desconsidera os elementos da Guarda Nacional Republicana, a sua condição humana e a própria Constituição.
As funções civilistas de segurança pública não são compatíveis com esta forma de iludir, dissimulando no Estatuto por uma alusão a um horário de referência, cujos moldes e aplicação se desconhecem. Choca a falta de vontade política sobre a sua regulamentação e a negação da promessa feita aos profissionais.
Esta é uma questão civilizacional, de democracia, de respeito pela dignidade humana que algumas conveniências obscuras têm vedado àqueles que são o garante da ordem e das liberdades Democráticas.
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