Correio da Manhã
Os tempos não estão nada fáceis para o ex-deputado social-democrata Duarte Lima. Há mais de 15 anos que o homem que chegou a líder parlamentar do PSD nos tempos de Cavaco Silva não vivia dias tão difíceis. Em 1994 foi a história da sua fortuna e de uma quinta em Nafarros que levou à sua demissão. Foi ilibado pelo então procurador-geral da República Cunha Rodrigues, mas a sua vida política nunca mais voltou a ser a mesma.
Dedicado a causas humanitárias, Duarte Lima aparecia de quando em vez sempre em alta devido a essas actividades cívicas. Mas agora caiu-lhe o Carmo e a Trindade em cima por ter sido a última pessoa a estar com Rosalina Ribeiro, companheira de Tomé Feiteira, assassinada em finais do ano passado nos arredores do Rio de Janeiro. O cerco aperta-se e Duarte Lima preparou-se para a guerra. Para além de ter contratado um conhecido penalista, o ex-deputado tratou de aparecer em força na Comunicação Social, não só para se defender como para atacar. Numa quinta--feira foi entrevistado por Judite Sousa e na segunda-feira seguinte a mesma Judite foi a autora de uma reportagem sobre a família Feiteira. Uns dizem que foi coincidência, outros falam na mãozinha de uma agência de comunicação. Branco é, galinha o põe.
ASSIM VAI A SAÚDE: LOCOMOTIVA EM CONTENTORES
A história vem da semana passada. A imaginação na Saúde não tem limites. A nova Unidade de Saúde Familiar do Entroncamento foi baptizada de Locomotiva. Muito bem. Mas o mais engraçado é que foi inaugurada oficialmente, com toda a pompa e circunstância, pelo senhor secretário de Estado Manuel Pizarro. E, como é da praxe, a cerimónia teve direito a tudo e mais alguma coisa. Mesmo a uma lápide com o nome do governante. Espetada em contentores bonitos e originais.
S. BENTO: ESPIÃO UMA VEZ, ESPIÃO PARA SEMPRE
Longe vão os tempos em que Almeida Ribeiro, o homem de confiança de Sócrates, andava por esse País a fazer relatórios sobre os estados de alma do povo antes de o primeiro-ministro Cavaco Silva visitar aldeias, vilas e cidades. Mas o agente do SIS subiu na vida. Andou pela Cultura com o ministro Carrilho, regressou ao SIS e voltou em grande à política quando o líder do PS chegou a S. Bento. Mas o actual secretário de Estado não perdeu o hábito da espionagem. Está-lhe na massa do sangue.
NAÇÕES UNIDAS: LAGOSTINHA POR UM LUGAR
O embaixador de Portugal na ONU ofereceu um jantar em Nova Iorque para promover a candidatura do País ao Conselho de Segurança. A coisa meteu fado e vinte gramas de lagosta por cabecinha. Para além de uns vinhos lusos. Consta que o secretário-geral, Ban Ki-Moon, teve direito a duas doses.
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