Autarca lamenta que o interior só receba agentes à beira da reforma
O presidente da Câmara Municipal de Viseu (CMV), Fernando Ruas, lamenta que os agentes formados pela Escola Nacional de Polícia (ENP) vão directamente para os grandes centros urbanos, enquanto ao interior apenas chegam elementos à beira da reforma.
Sem pretender estigmatizar os agentes de polícia com 40, 45 ou mais anos de idade, o autarca deixou claro que muitos deles já não reúnem condições, por exemplo, para correr atrás de delinquentes na sua maioria jovens.
"Há uma efectiva diferença de idades entre quem persegue e é perseguido", reconheceu Fernando Ruas, ontem, durante a reunião mensal com presidentes das juntas de freguesia do concelho de Viseu, que voltaram a denunciar situações de insegurança e vandalismo nos seus territórios.
O também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses alerta que a situação é extensiva à maioria dos municípios do interior do país, onde continua a existir um défice de efectivos da PSP e também da GNR.
"Todas as esquadras do país têm dificuldades", denuncia o autarca, que lamenta transferências de policiais com idade relativamente avançada para os comandos do interior. "Recebem agentes que pedem transferência. Não há um agente que venha da Escola de Polícia directamente para o interior", acusa Ruas, para quem não é possível ter estruturas policiais onde a média de idades é de 48 anos.
No que respeita ao comando de Viseu, "onde continuam a faltar cerca de 70 efectivos", Fernando Ruas lembra que há 400 profissionais a pedirem transferência para esta zona onde a maioria terá raízes familiares. "São pessoas que chegam com outro tipo de preocupações, já com alguma idade e, por isso, mais propensas a doenças e a baixas".
O autarca faz questão de desdramatizar o problema mas, mesmo assim, sempre vai dizendo que se a idade não contasse "era possível recrutar pessoas com mais de 60 anos para o Exército".
O delegado em Viseu da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), José Chaves, concorda que os agentes transferidos para Viseu e para o interior do país, de um modo geral, têm uma média de idades à volta dos 40 anos.
"São pessoas que devido ao sistema passaram muitos anos das suas vidas longe das famílias e à espera de uma oportunidade. Não têm culpa que os anos tenham passado sem poderem concretizar a sua vontade. E que não podem, a título algum, ser prejudicadas na sua transferência".
A questão tem a ver com regulamentos internos na PSP, que colocam a maioria dos agentes que vão sendo formados nas grandes metrópoles de Lisboa e Porto. Os que desejam regressar às suas origens, são obrigados a integrar uma lista de espera. "Há uma ordem nessa lista que não pode ser ultrapassada. Os agentes que a integram têm direitos de preferência que têm de ser respeitados", diz José Chaves. Que aponta, no entanto, uma solução para ultrapassar de certa forma o problema.
"Os recém-formados pela Escola Nacional de Polícia poderiam fazer o seu estágio de dois anos nas esquadras do interior do país, sem que isto lhes conferisse quaisquer direitos. Seria uma boa forma de renovar os corpos de polícia. Tudo sem pôr nunca em causa, repito, os direitos adquiridos de quem espera há anos ser transferido", declara ao JN o delegado da ASPP em Viseu.
"Há uma efectiva diferença de idades entre quem persegue e é perseguido", reconheceu Fernando Ruas, ontem, durante a reunião mensal com presidentes das juntas de freguesia do concelho de Viseu, que voltaram a denunciar situações de insegurança e vandalismo nos seus territórios.
O também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses alerta que a situação é extensiva à maioria dos municípios do interior do país, onde continua a existir um défice de efectivos da PSP e também da GNR.
"Todas as esquadras do país têm dificuldades", denuncia o autarca, que lamenta transferências de policiais com idade relativamente avançada para os comandos do interior. "Recebem agentes que pedem transferência. Não há um agente que venha da Escola de Polícia directamente para o interior", acusa Ruas, para quem não é possível ter estruturas policiais onde a média de idades é de 48 anos.
No que respeita ao comando de Viseu, "onde continuam a faltar cerca de 70 efectivos", Fernando Ruas lembra que há 400 profissionais a pedirem transferência para esta zona onde a maioria terá raízes familiares. "São pessoas que chegam com outro tipo de preocupações, já com alguma idade e, por isso, mais propensas a doenças e a baixas".
O autarca faz questão de desdramatizar o problema mas, mesmo assim, sempre vai dizendo que se a idade não contasse "era possível recrutar pessoas com mais de 60 anos para o Exército".
O delegado em Viseu da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), José Chaves, concorda que os agentes transferidos para Viseu e para o interior do país, de um modo geral, têm uma média de idades à volta dos 40 anos.
"São pessoas que devido ao sistema passaram muitos anos das suas vidas longe das famílias e à espera de uma oportunidade. Não têm culpa que os anos tenham passado sem poderem concretizar a sua vontade. E que não podem, a título algum, ser prejudicadas na sua transferência".
A questão tem a ver com regulamentos internos na PSP, que colocam a maioria dos agentes que vão sendo formados nas grandes metrópoles de Lisboa e Porto. Os que desejam regressar às suas origens, são obrigados a integrar uma lista de espera. "Há uma ordem nessa lista que não pode ser ultrapassada. Os agentes que a integram têm direitos de preferência que têm de ser respeitados", diz José Chaves. Que aponta, no entanto, uma solução para ultrapassar de certa forma o problema.
"Os recém-formados pela Escola Nacional de Polícia poderiam fazer o seu estágio de dois anos nas esquadras do interior do país, sem que isto lhes conferisse quaisquer direitos. Seria uma boa forma de renovar os corpos de polícia. Tudo sem pôr nunca em causa, repito, os direitos adquiridos de quem espera há anos ser transferido", declara ao JN o delegado da ASPP em Viseu.
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