12 out (Lusa) – Cerca de cinco mil militares da GNR esperam há dois anos por promoções e estão preocupados que as medidas de austeridade ponham em causa esta progressão.
Esta preocupação foi hoje transmitida pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e pela Associação Nacional dos Sargentos da GNR ao comandante geral da Guarda Nacional Republicana durante uma reunião que mantiveram hoje de manhã.
“Quisemos saber qual a sensibilidade do comando geral da GNR relativamente às medidas de austeridade que vão atingir de forma muito gravosa os militares da GNR e também a própria instituição”, afirmou à agência Lusa o presidente da APG no final do encontro.
José Manageiro adiantou que uma das medidas que vai afetar de forma “muita negativa” os membros da Guarda é o congelamento das promoções, uma vez que há cerca de cinco mil militares que desde 2008 reúnem as condições para serem promovidos, mas tal ainda não aconteceu.
“Desde 2008 que não existem promoções na GNR. É algo incompreensível. Como se pode discriminar desta forma os elementos que trabalham na GNR, será pela sua condição de militar”, sustentou.
Para o presidente da APG, o estatuto da condição militar aplicada à GNR só tem servido “para penalizar” os seus elementos, o que tem levado a uma “grande revolta”, sendo necessário “encontrar soluções”.
Além das promoções, os membros da GNR também vão ser afetados pela redução dos salários na Administração Pública, no âmbito do Orçamento do Estado para 2011.
De acordo com Manageiro, o comandante geral da GNR, Nelson dos Santos, mostrou “grande preocupação” por esta “injustiça” e afirma “não compreender por que é que isto está acontecer”.
O presidente da APG garantiu ainda que as medidas de austeridade não vão afetar a segurança dos portugueses, apesar da “desmotivação” dos profissionais da GNR.
“A segurança dos portugueses está garantida porque somos profissionais e com grande dignidade e empenho iremos com sacrifício da nossa vida pessoal garantir que as pessoas tenham uma segurança efetiva e tranquila”, afirmou.
José Manageiro disse igualmente não compreender por que apenas foi resolvida a questão das promoções na PSP, além da verba de cinco milhões de euros recentemente desbloqueada para a Polícia.
A APG e a Associação Nacional dos Sargentos da GNR admitiram ainda realizar ações de protesto juntamente com as outras forças e serviços de segurança, nomeadamente a participação em manifestações realizadas pelas centrais sindicais.
Na próxima sexta feira, a Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, da qual faz parte a APG, vai reunir-se para analisar o plano de austeridade e discutir possíveis medidas de protesto.
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