"Eu ia a andar no passeio e, de repente, caí no vazio", relata Luís Miguel Grosso, de 41 anos, que ontem de manhã foi ‘engolido’ por uma cratera, com cerca de 2,5 metros de profundidade e pouco mais de um de largura, que se abriu na zona ribeirinha de Portimão, próximo da antiga lota. O homem não sofreu ferimentos graves, mas queixa-se de muitas dores."Podia ter morrido, mas tive sorte de cair a direito", diz Luís Miguel, que ficou com o corpo completamente dentro do buraco, recordando que, "quando olhava para cima, só via as pedras da calçada".
Marco Almeida foi uma das testemunhas do insólito acontecimento: "Dois homens estavam a caminhar e, num ápice, um deles desapareceu no chão", relata.
A vítima diz que teve de ser ajudada por duas pessoas para sair da cratera, sendo transportada pelos bombeiros para o Hospital do Barlavento. "Apesar de não ter nada partido, sinto dificuldades em andar e preciso de umas muletas, mas não tenho dinheiro", afirma Luís Miguel.
Para o Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, que tem a jurisdição da zona, o abatimento resultou de um buraco na muralha de protecção do rio, que fez com que a água retirasse a areia existente por baixo da calçada. A Polícia Marítima vedou o local, devendo as obras de reparação arrancar na sexta.
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