Ao fim e ao cabo
O porta-voz da Direcção Nacional da PSP, comissário Paulo Flor, enviou a meia dúzia de jornalistas amigos um amável e-mail com timbre oficial.
Dirige-se-lhes com a informalidade que um pingo de pudor aconselharia a evitar: "Caros amigos de jornada". Pede--lhes, em nome da PSP, o maior "destaque" à detenção de dois suspeitos do roubo e sequestro de um director da RTP, Fernando Alexandre, e do vice-presidente da Caixa, Norberto Rosa – casos tratados no CM. Não se ficou por tão pueril pedido.
Termina com um apelo aos "amigos de jornada". Fala-lhes ao coração: "O vosso contributo é essencial para que as medidas de coacção sejam o mais lesivas possíveis para os suspeitos". O comissário Flor, além de um atrevimento censurável, revela um entendimento canhestro sobre a função e os limites da PSP. Atreve-se, em nome da PSP, a sugerir aos "amigos de jornada" que pressionem os magistrados para prenderem os suspeitos – e desconhece que a prisão preventiva não é uma espécie de pena inicial. A PSP há-de dizer – imagino – que o porta-voz falou por sua conta e risco.
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