Leiria: Acusado de homicídio por negligência
Quando perseguia dois irmãos suspeitos de furto de cobre, dentro da empresa que estariam a assaltar, um agente da PSP de Leiria causou a morte de um deles a tiro. Começa a ser julgado no início do ano, acusado de homicídio por negligência, por ter "violado o dever de cuidado".
O caso ocorreu pela meia--noite de 15 de Março de 2008, quando Sérgio e Manuel Calado, de 25 e 32 anos, que estariam a furtar fio de cobre numa antiga fábrica de plásticos, em Gândara dos Olivais, Leiria, foram surpreendidos pelos agentes da PSP, fugindo a pé.
Durante a perseguição que se seguiu e depois de ter gritado aos fugitivos "polícia, pára, pára", um dos agentes, de 50 anos, atingiu um deles a tiro, no tórax, com uma pistola-metralhadora, causando-lhe a morte. O outro assaltante foi detido logo a seguir, pelo mesmo agente.
Os fugitivos foram detectados junto à entrada de um dos armazéns e perseguidos pelos polícias. A determinada altura, um dos agentes fez dois disparos, atingindo "na região lombar esquerda" o suspeito mais novo, Sérgio Calado, que caiu no chão, vindo a morrer em consequência das lesões torácicas causadas por um dos tiros.
O polícia que fez os disparos continuou a perseguir o outro suspeito, Manuel Calado, vindo a detê-lo 50 metros à frente. Depois de o algemar e levar para o carro-patrulha, foi pedir socorro para o ferido.
Apesar de ser de noite e não haver luz no edifício, o juiz de Instrução Criminal que assina o despacho de pronúncia considera que o agente da PSP tinha um "holofote aceso" que lhe "permitia identificar com facilidade qualquer objecto ou pessoa no local".
Já quanto aos dois fugitivos, o documento refere que "circulavam sem qualquer arma e nunca tinham posto a vida ou integridade física e segurança em risco, apenas queriam pôr-se em fuga".
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