quinta-feira, janeiro 06, 2011

Roubadas dez armas de guerra nos Comandos

CM

350 tropas de elite do Exército estão há dois dias fechados sob interrogatório da Judiciária Militar. São suspeitos de desviar metralhadoras e pistolas ...A PJ-M não desiste de saber quem esteve na arrecadação e desviou as dez armas do quartel.
RESPONSÁVEL DE SERVIÇO
A falha de segurança no quartel da Carregueira vai obrigar o Exército a rever todos os procedimentos internos no acesso ao armamento. "À partida nenhuma arma entra ou sai do depósito sem que seja assinada uma guia, com data e hora, e há sempre um responsável de serviço pela guarda do armamento", diz ao CM um oficial na reserva. Neste caso, ninguém deu pela falta de dez armas num período entre 23 de Dezembro e a última segunda-feira.
EXÉRCITO DIZ QUE HÁ "AVERIGUAÇÃO INTERNA"
O porta-voz oficial do Exército, tenente-coronel Hélder Perdigão, confirma ao CM "um incidente com material de guerra na unidade". "O comando da unidade em causa, ao ter conhecimento da situação, de imediato informou a PJ Militar, que tomou conta da investigação. A unidade diligenciou as suas próprias averiguações internas, com uma investigação de segurança autónoma que contou com a participação técnica de uma empresa afecta à área da segurança".
CULPADO ARRISCA ATÉ DEZ ANOS DE CADEIA
Quem for apanhado pelo furto de armas de guerra, sendo militar, incorre numa pena de prisão entre os quatro e os dez anos, segundo o artigo 83 do Código de Justiça Militar. Seja para uso próprio ou para venda.
A investigação da Polícia Judiciária Militar visa apanhar o ladrão – que acredita estar no extenso universo de 350 tropas de elite dos Comandos – mas sobretudo recuperar as dez armas de guerra antes que caíam nas mãos de civis, vendidas no mercado negro, e possam ser utilizadas em crimes violentos. A investigação da PJ-M será liderada pela 10ª secção do DIAP de Lisboa, especializada no combate aos crimes de natureza militar, sob coordenação da procuradora Ana Paula Vitorino.
Só os militares do batalhão de Comandos teriam acesso à arrecadação onde fica o depósito de armamento de uma das três companhias, mas trata-se de um universo com cerca de 350 homens. E como o período possível para terem cometido o roubo das armas é grande – de 23 de Dezembro até à última segunda-feira – a maior parte dos militares sob suspeita não tem álibi que lhes valha para se livrarem dos interrogatórios.
Se a PJ-M chegar ao autor do crime, o artigo 83 é claro: até dez anos de cadeia para "aquele que detiver, usar ou trouxer consigo material de guerra", "sem que para tal esteja autorizado", tendo para isso "penetrado em edifício ou outro local fechado com intenção de furtar".

Associação de Oficiais das Forças Armadas admite que o caso é "bastante grave e pouco comum"- RTP




Armas roubadas:ministro da Defesa sublinha apoio à investigação - RTP






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