terça-feira, novembro 02, 2010

Polícias de secretaria premiados

CM

Direcção Nacional atribui um salário extra. Sindicatos contestam sistema de avaliação que discrimina
operacionais da PSP.

A Direcção Nacional da PSP atribuiu prémios de desempenho a 141 profissionais daquela força de segurança, todos com funções não policiais. O prémio em causa diz respeito à avaliação de desempenho profissional correspondente ao ano de 2009 e representa uma despesa de mais de 200 mil euros. Os sindicatos da PSP estão contra, principalmente por este processo deixar de fora os operacionais.
A ordem de serviço que determinou a atribuição destes prémios é datada de 15 de Outubro e foi assinada pelo director nacional adjunto para as operações da PSP, Guedes da Silva. Prevista no âmbito do novo estatuto profissional da PSP, que aplicou pela primeira vez a lei 12/A de 2008 (carreiras e vínculos da Função Pública) à PSP, a avaliação de desempenho abrangeu os operacionais e os elementos com funções não policiais da PSP. No entanto, segundo fonte oficial da Polícia disse ao CM, os prémios monetários que correspondem a avaliações positivas de desempenho foram atribuídos apenas ao pessoal não policial. "Foram avaliados tal como a qualquer outro funcionário público", explicou.
Entre os 141 elementos beneficiados, estão cinco dirigentes, 29 técnicos superiores, 10 informáticos, 76 assistentes técnicos, 3 coordenadores técnicos e 18 assistentes operacionais. A cada um destes funcionários com funções não policiais, que prestam serviço em todo o dispositivo da PSP, foi concedido um salário extra que será pago até ao final deste ano.
José Mendes, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia de Lisboa, disse ao CM que "estamos perante uma despe-sa estimada em mais de 200 mil euros". "Quando se pedem sacrifícios aos operacionais, isto é uma injustiça", explicou.
António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, recordou, por seu turno, "o dinheiro usado nas recentes graduações de oficiais da PSP e o atraso na promoção dos chefes" para justificar a "indignação" face a esta medida.

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