segunda-feira, março 28, 2011

20 anos depois, para onde foi o movimento associativo?

Jornal de Negócios - Portugal

A crise pode ter dado um empurrão a juntar 300 mil da "geração à rasca", mas e os outros, que estudam na universidade? Já não têm problemas, como nos anos 1990? Têm. Mas a política e Bolonha tiram-lhes o interesse e o tempo.
Sair à rua era, há pouco menos de 20 anos, uma condição obrigatória para mudar. Com irreverência e influências partidárias à mistura, os jovens mexiam-se, gritavam, exigiam. Cavaco Silva que o diga. O seu governo, que caiu em 1995, ficou fragilizado pelos protestos dos jovens, que não queriam mais propinas. Até há quase duas semanas, os jovens deixaram(-se) adormecer o seu intervencionismo associativo. As gerações mudaram, e se antes o problema era entrar, agora é sair. A crise pode ter dado um empurrão a juntar 300 mil da "geração à rasca", mas e os outros, que estudam na universidade? Já não têm problemas, como nos anos 1990? Têm. Mas a política e Bolonha tiram-lhes o interesse e o tempo. Respectivamente.

Da "geração rasca" à "geração à rasca" vai um mundo de diferenças. Quase duas décadas depois, as queixas de ontem deram lugar às incertezas de amanhã....

Livro de reclamações é o melhor que se "arranja"? ...
Esvaziamento político ...
Participação em eleições transformou-se na abstenção ...
Nos anos 90 eram as propinas e as PGA, hoje são as bolsas...

É como em tudo na vida. O impacto das manifestações do Ensino Superior depende da mobilização junto dos estudantes, e esta, por seu turno, depende da forma como os estudantes percebem o problema... e principalmente, de como o sentem. Nos anos 90, o problema do aumento de propinas atingia todos os estudantes que ingressavam no Ensino Superior. Antes, a Prova Geral de Acesso (PGA) doía a todos aqueles que terminavam o Ensino Secundário e queriam seguir para a universidade. E agora?... 

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