sábado, fevereiro 05, 2011

Custo da GNR no Afeganistão abre nova 'guerra' com a PSP

DN

A autorização de uma despesa de 1,5 milhões de euros para a missão da GNR no Afeganistão, programada para este ano, está a deixar em "brasa" agentes e comandantes da PSP. Os maiores sindicatos que representam agentes e oficiais desta força de segurança acusam o Governo de, em tempo de austeridade, estar a privilegiar investimentos para operações no estrangeiro que não vão beneficiar nem a segurança dos portugueses nem as polícias em Portugal.
É mais um episódio de uma "guerra" entre as duas forças de segurança que começou com as violentas críticas da Associação dos Oficiais da GNR à compra de equipamento para a PSP usar na Cimeira da NATO de Lisboa, no valor de cinco milhões de euros, entre o qual os seis blindados (ver coluna ao lado). Recorde-se que o investimento na PSP acabou por não ultrapassar os dez por cento desta verba, o que tem provocado um enorme mal-estar nesta força.
O porta-voz oficial da GNR confirmou ao DN a previsão da despesa para o Afeganistão, explicando que a verba se destina ao "aprontamento, projecção e manutenção da força da GNR enquanto estiver no teatro de operações".
Mas os oficiais da PSP não se conformam com o que o presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP) classifica como "política de dois pesos e duas medidas". Jorge Resende da Silva considera mesmo a "política do Governo, do ponto de vista da segurança, incongruente e lastimável", e acusa o executivo socialista de estar "a fazer muito mal à segurança pública em Portugal".
Este oficial, comandante da PSP de Loures, diz congratular-se com a "preocupação do Governo em relação ao apoio aos militares da GNR que vão para o Afeganistão", mas lamenta "profundamente que a mesma preocupação não seja dirigida a milhares de polícias portugueses que trabalham em território nacional para defender os seus cidadãos".

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