quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Sócrates na mira de Paulo Penedos

CM


Face Oculta

Debate instrutório começou ontem no Tribunal de Monsanto.
O advogado Ricardo Sá Fernandes marcou o primeiro dia do debate instrutório do processo ‘Face Oculta’. Apresentou um requerimento de nulidade caso o seu cliente, Paulo Penedos, não tenha acesso às escutas e mensagens trocadas entre José Sócrates e Armando Vara, também arguido no mesmo processo, que se encontram guardadas no cofre do Tribunal Central de Instrução Criminal.
O juiz Carlos Alexandre ouviu o Ministério Público alegar com o facto de o presidente do Supremo Tribunal de Justiça as ter mandado destruir, mas, para surpresa de todos, perguntou a Paulo Penedos, presente na sala, se estava disposto a ser interrogado sobre o assunto. O arguido disse que sim, fez-se um pequeno intervalo para falar com o seu advogado Ricardo Sá Fernandes e seguiu-se o interrogatório.
Paulo Penedos alegou que as escutas são não só importantes para a sua defesa no processo como para limpar a sua imagem, que tem sido posta em causa em diversas ocasiões. O juiz perguntou-lhe se tinha alguma ideia sobre o conteúdo das mesmas e Paulo Penedos afirmou que poderiam servir para mostrar que no negócio falhado PT-TVI cumpriu as ordens do então administrador Rui Pedro Soares e que não é o "mitómano" e "fantasioso" que este descreveu no caso Figo.
No final do interrogatório, o juiz Carlos Alexandre salientou a importância daquele momento e remeteu uma decisão sobre o requerimento de Ricardo Sá Fernandes para o final do debate instrutório.
JUIZ PROCUROU OUTRA SALA
O Tribunal de Monsanto já não reúne as condições para julgamentos e debates instrutórios como o da ‘Face Oculta’. Longe de tudo, frio, com acessos em péssimo estado e salas já pequenas para as necessidades, foi a solução de recurso encontrada pelo juiz Carlos Alexandre para juntar advogados, arguidos, assistentes e jornalistas nesta fase do processo, que tem em Armando Vara umas das principais figuras. No início do debate instrutório, Carlos Alexandre explicou que não há salas grandes no Campus de Justiça e que ainda tentou alugar a Sala do Comércio, com espaço para umas centenas de pessoas, mas já estava ocupada.
Por outro lado, a arquitectura da sala de audiências está ultrapassada, com os procuradores do Ministério Público num patamar mais elevado do que os advogados.

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