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Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, afirmou este domingo que por mais que Portugal esteja a cumprir os programas de austeridade, só resolve os problemas se houver uma "solução sistémica para a Zona Euro".
Paulo Rangel considera que "sem uma solução europeia para a crise do Euro, Portugal fica numa situação mais vulnerável". O deputado reconheceu que há uma crise nas finanças nacionais, mas salientou que é também uma crise da própria moeda, pelo que "é preciso uma solução que jogue nos dois tabuleiros".
Para o deputado, apesar dos esforços, Portugal pode ser arrastado pela demora numa solução europeia. "Quando vemos os sinais de alarme crescerem, o que eles documentam não é tanto a ideia de que Portugal pode entrar em bancarrota, é mais profundo do que isso: se não houver uma solução sistémica para a Zona Euro, os países mais vulneráveis, entre os quais Portugal, vão sofrer e pode gerar uma situação de descontrolo", admitiu.
Rangel acredita que "para compreender o que se passa é preciso olhar para o que se passou no passado" e que o projecto europeu foi lançado para estabelecer a paz, e não pode ser abandonado por se gastarem uns milhões de euros, porque garantiu a paz europeia durante 70 anos.
Na sua apreciação, Paulo Rangel observa que, com as dificuldades, vêm ao de cima "feridas antigas" e instala-se a desconfiança entre países europeus pelo que, se a União Europeia enfraquecer, os problemas entre países vizinhos e aspirações de independência tendem a ressurgir.
Rangel criticou a "ideia oficiosa e não desmentida pela Alemanha, de propor a nomeação de um Comissário para tratar das matérias orçamentais da Grécia", apelidando-a de grave erro político. "Seria o princípio do fim e insustentável para a democracia europeia, com a nomeação de um governador para um território do império, como fez Napoleão", comparou.
O eurodeputado considera que, no espaço europeu, "para lá das questões económicas, há questões políticas sérias" que é preciso acautelar, defendendo por isso uma ideologia europeísta forte. "Precisamos caminhar para uma federação que trate os Estados em paridade porque o que temos hoje é uma constituição aristocráticas, de uns países com mais peso do que outros", concluiu.