O director nacional da PSP considera que a "competição desmedida" que se está a verificar entre as várias estruturas sindicais da PSP está a "destruir a camaradagem, coesão e espírito de disciplina que deve existir na Polícia".
"Existem pessoas que só pretendem protagonismo público, resultante de uma competição desmedida que se está a verificar entre várias estruturas sindicais. E esta indesejável competição está a destruir, pouco a pouco, a camaradagem, a coesão e o espírito de disciplina que deve existir no seio da nossa polícia", escreve o superintendente chefe Guilherme Guedes da Silva, numa mensagem de correio eletrónico enviada a todo o efetivo da PSP, a que agência Lusa teve acesso. O diretor nacional da Polícia salienta que "sem coesão e disciplina a PSP está condenada ao insucesso".
Guedes da Silva apela aos polícias para que tenham "espírito de corpo", "sentido de camaradagem", "coesão" e que "cada um pense pela sua cabeça", num momento em Portugal vai precisar "mais da sua Polícia". O responsável pela Polícia de Segurança Pública refere que decidiu escrever uma mensagem a todo o efetivo "em nome do rigor e da verdade", tendo em conta as últimas notícias sobre os altos responsáveis da PSP que aumentaram os seus próprios vencimentos, colocando-se no novo regime remuneratório, deixando para trás a esmagadora maioria do efetivo que não transitou para esta tabela.
No e-mail, Guedes da Silva explica que o novo estatuto da PSP, que estabelece as novas tabelas remuneratórias, começou a ser discutido em 2008 e entrou em vigor a 01 de janeiro de 2010, num período em que a "palavra crise ainda não tinha o peso que atualmente tem". Adianta que o estatuto previa que os polícias passariam dos antigos para os novos escalões de uma forma "gradual", existindo exceções "por vontade do legislador" para 2.600 polícias e cinco diretores, que viram as suas remunerações aumentadas em 01 de janeiro de 2010.
Segundo o diretor nacional da PSP, "o legislador entendeu que cinco cargos de direção não deveriam integrar a tabela remuneratória da PSP, mas sim, a tabela remuneratória única da administração pública" para que "existisse uma equivalência com os restantes cargos de direção de outros organismos públicos, tais como forças e serviços de segurança e forças armadas, entre outros". "A direção nacional da PSP cumpriu o que o estatuto impunha e permitia", refere, salientando que desde 2010 tem pedido o reforço orçamental para que os restantes polícias passem para as novas tabelas.
Diretores da PSP aumentaram-se a si próprios
RTP
Três diretores de topo da Polícia de Segurança Pública (PSP) aumentaram-se a si próprios no início de 2010, colocando-se desde logo no novo regime remuneratório da polícia e deixando para trás a grande maioria dos seus subordinados que não transitou ...
Directores da PSP aumentaram em segredo os seus salários Diário Digital
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