Correio da Manhã
Um são-tomense de 17 anos, apanhado em flagrante momentos depois de ter roubado por esticão um fio de ouro a um homem de 73 anos, com a ajuda de um comparsa ainda em fuga, foi anteontem mandado em liberdade por um juiz de Instrução Criminal do Tribunal de Almada. Nem o facto de o jovem ser suspeito de 17 crimes do género serviu para o magistrado deliberar pela prisão preventiva.
Ao que o CM apurou, o juiz terá justificado a medida de coacção com o facto de o jovem de 17 anos ser primário, ou seja, ter sido esta a primeira vez que foi detido. Além disso, a PSP não juntou ao processo apresentado em tribunal quaisquer reconhecimentos positivos das vítimas, o que não deixou dúvidas ao juiz em aplicar a medida de coacção de apresentações semanais às autoridades. A Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Almada vai continuar a investigar o caso.
José Moreno, 73 anos, foi a última vítima conhecida da dupla de jovens ladrões do esticão, tendo o crime ocorrido pelas 10h00 de segunda-feira na rua Damião de Góis, no Laranjeiro, Almada. "Estava encostado a um pilar a falar ao telemóvel, quando sinto alguém a puxar-me o fio de ouro com duas medalhas que trazia ao pescoço", recordou ontem ao CM.
O segundo participante no assalto ainda incentivou o autor do esticão a "picar" a vítima, mas ambos acabaram por fugir quando trabalhadores camarários e um transeunte se aperceberam do assalto. Um dos ladrões fugiu, enquanto o são-tomense, de 17 anos, viria a ser preso pelos perseguidores e entregue sob detenção à PSP.
O suspeito ainda ameaçou os civis com pedradas, mas os agentes da PSP do Laranjeiro acabaram por conseguir manietá-lo e levá-lo para a esquadra.
"A PSP devolveu-me o fio e recuperei as medalhas mais tarde", concluiu José Moreno.
LIBERTADO APÓS SER DETIDO A FURTAR CARRO
Dois homens, de 20 e 27 anos, que pelas 22h30 de segunda-feira passavam junto ao pólo tecnológico da Estrada do Lumiar, em Lisboa, surpreenderam um assaltante, de 21, a roubar um carro. O jovem já tinha na sua posse um auto-rádio e um par de óculos e preparava-se para fugir. Os dois transeuntes, no entanto, conseguiram interceptá--lo, vindo a entregá-lo à PSP.
Já na esquadra, os agentes constataram que esta era a 17ª detenção do jovem de 21 anos. Nos registos policiais, o nome do suspeito constava em inúmeros processos por crimes de furto em interior de viatura ou tráfico de droga. Em todas as situações, o Ministério Público entendeu não ser necessário manter o jovem detido, libertando-o sempre com notificação para se apresentar a tribunal. Ao que o CM apurou, o detido falhou as apresentações ao juiz.