Público
Francisco Esperança, o homem de 56 anos suspeito de ter morto a mulher, a filha e a neta à catanada em Beja, sempre fez questão de se assumir como um homem discreto, avesso a conflitos e confusões, comportamentos que dizia ver nos dias de hoje por todo o lado.
Ainda há uma semana, Francisco lamentava-se, numa conversa com o PÚBLICO, que Beja era uma cidade “triste, com todos a dizer mal de todos”, nada que se comparasse com a vida social de há uma década.
Vozes alteradas ou mais crispadas eram razão suficiente para ele se afastar. Detestava o modo de estar da cidade nos dias de hoje.
Até as coisas da política lhe eram indiferentes. Não aceitava as divergências, defensor que era da união de esforços, do consenso e da harmonia entre as pessoas.
“Agora todos se enfiam nas suas casas e já não há convivência” queixava-se ele inconformado com o modo de estar da comunidade local, lembrando-se de como, antigamente, as famílias “passeavam nas ruas, e se conversava sobre as coisas do dia-a-dia”.
A vivência colectiva que “fazia de Beja uma cidade especial, morreu”, vaticinava o presumível homicida ao PÚBLICO, numa conversa ocasional de rua, dias antes do fatal desenlace que colocou a capital do Baixo Alentejo nos destaques noticiosos.
Ouvido nesta quarta-feira
Francisco Esperança deverá ser ouvido no Tribunal de Beja nesta quarta-feira a partir das 9h, para lhe serem aplicadas as respectivas medidas de coacção.
O alegado autor do triplo homicídio está detido nos calabouços da PSP de Beja.
Os corpos das três vítimas foram autopsiados durante a tarde desta terça-feira, na delegação do Instituto Médico Legal de Beja. Os funerais realizam-se nesta quarta-feira.
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