CM
César Nogueira sucede a José Manageiro à frente da Associação dos Profissionais da GNR. Herda velhos problemas.
Correio da Manhã – É o rosto da renovação na APG/GNR. Qual será o primeiro acto como presidente?
César Nogueira – Representar a GNR no protesto em frente à residência oficial do primeiro-ministro, a 14 de Dezembro. Esta vigília será o meu primeiro presente de Natal para José Sócrates.
– E prioridades de liderança?
– Lutar pelas promoções nas carreiras que estão atrasadas, pela regulamentação do horário de trabalho, promover a saúde, a segurança e a melhoria das condições de trabalho. Há situações na GNR por resolver apenas por falta de vontade política e não por falta de dinheiro.
– Quer dar exemplos?
– A falta de viaturas podia ser resolvia. Há marcas de automóveis e empresas disponíveis para equipar as forças de segurança mas é preciso que a tutela faça os protocolos. Há instalações que estão degradadas porque não se procuram soluções junto das autarquias, que muitas vezes têm edifícios disponíveis. São apenas alguns exemplos.
– A falta de viaturas é um velho problema na GNR mas todos os anos recebem carros novos. O que se passa?
– A maioria dos carros novos fica afecta aos comandos e não para a actividade operacional ou patrulha, que é onde os veículos fazem muita falta.
– O stress laboral é uma doença nas forças de segurança e a GNR tem casos trágicos. Onde está a cura?
– Começa pela identificação de situações de risco a nível colectivo ou individual para as tentar resolver. É preciso implementar medidas para promover a saúde mental. A GNR tem muitos suicídios porque se ignoram as situações de stress.
– O seu processo eleitoral, com lista única, foi contestado nos últimos dias com algumas renúncias e até ameaçado com uma providência cautelar. O que aconteceu?
– Há sempre problemas e divisões. Quem não concordou com as escolhas para a minha lista podia ter feito uma lista concorrente e não o fez. Atacar a nova direcção só prejudica imagem dos profissionais da GNR.
– Conquistar o estatuto de associação sindical é um objectivo do seu mandato?
– Claro. Seria muito mais dignificante ter estatuto sindical e teríamos mais poder reivindicativo junto de todas a instâncias.
PERFIL
Renovação. O cabo César Nogueira, de 34 anos, exerce funções no posto de Lever, em Gaia. Foi vice--presidente de José Manageiro na APG e assume agora também a tarefa de motivar os mais jovens elementos da GNR para a luta da classe.
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