quarta-feira, abril 06, 2011

Polícia Nacional

CM


Ao fim e ao cabo

Não deixa de ser irónico que seja o PSD a dar o primeiro passo para a unificação das Polícias: fá-lo através da proposta de juntar num único ministério a Justiça e a Administração Interna. A ironia está na constatação de que o PSD, nos últimos anos, não perdeu a mais pequena oportunidade para denunciar tenebrosos planos ‘concentracionários’.
A transferência da Justiça e da Administração Interna para a tutela do mesmo ministério significa, na prática, a adopção do novo modelo europeu: uma grande polícia nacional com duas missões essenciais – a ordem pública e a investigação criminal. A GNR manterá o estatuto para-militar. Mas o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, muito provavelmente, será integrado na nova estrutura policial.
Contra os argumentos de maior racionalidade de meios e recursos financeiros e – mais importante! – de maior eficácia operacional, levantar-se-ão as vozes das associações profissionais com legítimas preocupações sobre carreiras, salários, horários de trabalho.
Assistimos a um novo paradigma de criminalidade – crescentemente transnacional, organizada e perigosa – que exige resposta decidida do Estado.

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