domingo, junho 05, 2011
Segurança. Portas recusa cortes na polícia previstos pela troika
Sindicatos da polícia elogiam trabalho do líder do CDS-PP. Portas quer um superministro da Administração Interna
Depois da agricultura, a segurança. Paulo Portas visitou ontem durante mais de uma hora a esquadra da PSP de Almada e esteve reunido hora e meia com oito associações e sindicatos da polícia. "O país não paga impostos para ter uma polícia sentada", afirmou o líder do CDS.
Paulo Portas exigiu menos burocracia e mais meios para a autoridade que deve, aliás, ser poupada aos cortes de pessoal previstos no acordo com a troika para a ajuda externa a Portugal. A ideia "cega" de só deixar entrar um polícia por cada três que saem ou um por cada cinco não está prevista no memorando de entendimento com a troika e é do PS e do PSD, acusou Portas. "Não é igual proibir novos assessores ou dizer que não entram enfermeiros ou polícias. Isso cria rupturas nas políticas de saúde e segurança", referiu.
O líder centrista insistiu que não quer um Estado "securitário", argumentando que a esquerda não entende que a insegurança prejudica os "mais pobres e os trabalhadores", dando o exemplo de uma idosa que "perde o seu fiozinho de ouro". "Isto não é ser de direita, é ter bom senso", rematou. Após hora e meia de reunião, o líder do CDS foi elogiado pelos sindicatos da polícia. "Portas tem uma noção clara das dificuldades das forças de segurança", afirmou o presidente da ASPP (Associação Sindical dos Profissionais da Polícia), Paulo Rodrigues.
O líder do CDS recusou comentar a proposta de Passos Coelho, em entrevista ao i, de juntar o Ministério da Administração Interna e o da Justiça, mas afirmou que a Administração Interna "tem de ter um superministro" para garantir que o trabalho dos polícias seja continuado pela Justiça. Quem respondeu a essa pergunta foi Paulo Rodrigues, dizendo que Portas tem uma "noção clara das dificuldades das forças de segurança", o que é "um trampolim" para "poder fazer algo" na área da Administração Interna. Contudo, deixou um aviso: "Fala-se muito sobre segurança quando os partidos estão na oposição, mas quando chegam a uma altura de compromisso tentam camuflar esse debate."
Portas insistiu também nos julgamentos em 48 horas para quem é apanhado em flagrante delito. "Assim a vítima confia que a justiça funciona e confia no trabalho da polícia", disse à saída da esquadra, no distrito de Setúbal. Esta tinha sido uma proposta do CDS durante a legislatura que PS e PSD chumbaram. "É extraordinário que PS e PSD votem contra. Só vai para a frente se o CDS tiver força", assegurou, num apelo ao voto. O líder do CDS insistiu ainda em leis penais mais pesadas para reincidentes e denunciou o negócio que gira em torno do ouro roubado, particularmente "preocupante" naquele distrito.
À tarde, antes de seguir para um jantar em Leiria, houve tempo para voltar à agricultura. Portas rumou a Santarém para visitar a Quinta da Comenda, uma média empresa agrícola familiar, que se dedica ao cultivo de cereais e à pecuária. Subiu para um tractor e revelou que a família também é produtora de vinho. "Chama-se Pontual. Os jornalistas vão- -se rir", comentou. É que os atrasos do líder do CDS são famosos em campanha.
Já a "maioria absoluta" pedida pelo líder do PSD, Passos Coelho, pareceu não incomodar: "Os votos merecem-se, não se exigem", respondeu.
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